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sábado, 20 de novembro de 2010

VIELAS...

"VIELAS"

Sombras do medo, bordando o beco da morte, caminhos estreitos que não levam ao céu...
A luz da lua amenizando a escuridão da mente, os fantasmas da noite protegendo gente, e mente...
Tanto quanto na lei, há lei que cuide da vida, do passante inocente, maribundo... Doente.
Além da luz da lua, toda luz na rua é seguida de estrondo, ou da fumaça fétida do cachimbo do Cacique
guerreiro que mata e se mata em pleno exercício da vida. Que vida?!? Na terra da paz perdida.
Perspectivas nulas do próximo minuto... Herói quem passa dos vinte, sem se envolver... Sem morrer!!!
Os filhos da viela, vivem pra ela, apenas olham da janela o mundo la fora, sem vez, sempre e outra vez,
personagem principal deste filme de faroeste... Bandido.
A placenta não rompe, retem o feto no colo da miséria, na fome de vida ampla e irrestrita do mundo alado. Ilhado, porém ligado, através das antenas globalizadas do consumismo capitalista, eu quero... Não posso,
não tenho, mas vou buscar com a força da minha ignorância, e ai... Quem paga a minha fúria, meu medo,
sem medo de vencer... Sem medo de morrer?!?
As vezes eu mesmo, outras... Você... Que diz não ter nada à ver, a não ser... Não querer, não tentar me entender...
Sugaram minha vida pelo canudo do progresso... Gastaram tudo de meu velho pai e só deixaram as marcas
nas mãos, talvez, calos pra amenizar a dor de portar muletas, nas vielas irregulares da vida... Que vida?!?
Com oitenta e tantos, ainda paga pra viver, e vem você... Parabenizar pela vida digna... Só Deus!!! E aqui não
ha Deus. Ha os que se fazem de tal, com uma automática na mão, uma insignia no peito ou um diploma de
doutor, roubado ou, confeccionado nos banco de uma faculdade na praça, da Praça da Sé.
Os dias passam... Sou rei, sou nobre... Tão pobre, no meu castelo de zinco dependurado no morro... Um
dia me iludo que vivo, outros... Certeza eu morro, de caviar a sardinha comprada à prazo. Cachaça ou uísque envelhecido na prateleira rústica da bodega na rua da muvuca... Um dia de cada vez, até que um dia chegue a minha vez, e... Possa descansar em paz, e possa ti deixar em paz com sua consciência tranquila!?!
Abrir a porta e dormir sem pesadelo... A comida na dispensa, o relógio na mesa, o filho livre da fumaça dos cachimbos de crack do chefe índio, da tribo rival. Enquanto isso, melhor é aceitar que tudo, foi feito pra todos, e, se, viver é preciso... Que "vivamos" em "paz", cada um do seu jeito, guardando respeito, dividindo o espaço, aprendendo e sabendo que cada um tem o seu valor, apesar das diferenças que seja pela paz,
que seja pela vida. Evoluir, é preciso... Para que não seja pela dor, é preciso que se propague o amor... O amor.

GERALDO.
(imagem: Plano.Beta)

4 comentários:

  1. Graças! Terminou com o amor, porque do jeito que a coisa ia nua e crua, eu, que já não estou lá estas coisas, temia o fim.
    Muito bom! És um grande Poeta! Louco, graças a não sei quem.
    Beijos
    Renata

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  2. Belíssimo texto Querido Amigo!

    O Amor... só ele salvará quem habita as vielas desse país... desse mundo! Cabe a nós cultiva-lo e derrama-lo em todos os lugares que passarmos!

    Saudades de vc... de te ler! Agradeço as visitas cheias de carinho!

    Tenha um lindo fim de semana... e dias de muita paz!

    Deixo beijo com carinho
    Sil
    Sempre aqui

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  3. geraldo ,


    Belo e profundo seu texto.
    O Amor é sempre o caminho ...
    Tens razão.


    Bjo e saudade também ...

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  4. Olá,
    Agradeço comentário carinhoso e nos siga com a semana do silêncio para acalmar o nosso ser.
    Obrigado.
    Abraços fraternais

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